As Eras do Poder: Da Coroa ao Algoritmo
O poder transformando-se ao longo da história.
HISTÓRIA MUNDIAL
Bruno Pereira Ferreira
11/7/20253 min read
As Eras do Poder: Da Coroa ao Algoritmo
“Durante séculos, o poder vestiu coroas, ergueu castelos e comandou impérios.
Mas hoje, o trono mudou de lugar — ele está nas telas, nos dados e nos algoritmos.
Esta é a história de como o poder humano deixou o palácio e entrou no código digital.”
O PODER DA IDADE ANTIGA A MÉDIA – COROA E RELIGIÃO – SÉC - I - XV
A história da humanidade sempre nos mostra que o poder faz parte da organização das sociedades humanas. Ele expressa, ao mesmo tempo, uma sensação de domínio e obediência, responsabilidade e fragilidade — tanto para os que comandam quanto para os que são comandados.
“O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe apenas enquanto o grupo se mantém unido.”
— Hannah Arendt, em “Sobre a Violência” (1970)
Ao longo da história, o poder foi representado, em grande parte, por reis, imperadores e senhores feudais, Religiosos, presidentes e empresários. Esse poder estava e esta ligado à ideia de proteção oferecida pelos poderosos de cada época. Na Antiguidade, muitos viviam em reinos — as chamadas antigas civilizações — movidos pela necessidade de sobrevivência, ligada à terra, à alimentação e ao comércio. As trocas de mercadorias eram práticas comuns entre os povos do passado, assim como a obediência às regras sociais, à cultura e à religião de cada sociedade.
Na Idade Média, o poder fragmentou-se e ficou concentrado nas mãos de poucos senhores feudais, donos de grandes extensões de terra. Havia acordos entre servos e senhores: em troca do uso da terra, das ferramentas e dos moinhos, parte da produção era entregue ao senhor e à Igreja, que controlava a ideologia e a moralidade da época.
O fim da Idade Média, marcado pela expansão do comércio entre Ocidente e Oriente, deu origem às rotas comerciais e aos primeiros Estados Nacionais, como Portugal e Espanha. Com isso, a figura do rei se fortaleceu, e o poder voltou a se concentrar nas monarquias — ainda subordinada à Igreja. No entanto, a ruptura religiosa e o crescimento da burguesia trouxeram novas formas de organização política e administrativa. A Reforma Protestante fragmentou o poder religioso, e a Inglaterra se preparava para viver grandes transformações.
O nascimento das massas e o século das ideologias SÉC - XVI - XVIII
Após sua expansão marítima, a Inglaterra apresentou ao mundo um novo poder econômico, baseado nas máquinas e em uma nova organização do trabalho. Sem dúvida, a exploração e o excesso de trabalho provocaram o descontentamento social e o surgimento de ideologias voltadas à defesa dos trabalhadores.
Na era da modernidade, ideologias de progresso como o liberalismo entraram em choque com o pensamento revolucionário dos trabalhadores, influenciados por Karl Marx. O mundo vivia a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra.
Ao mesmo tempo, na França de Luís XVI, a Revolução Francesa tomou o poder em nome dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Contudo, esse período durou pouco: o general Napoleão Bonaparte derrubou a República, centralizou novamente o poder e impôs sua autoridade sobre grande parte da Europa. Ainda assim, o avanço industrial e econômico acabou por superar o bloqueio napoleônico, dando início a uma nova era de poder global.
“As revoluções industriais não apenas mudaram as formas de produção, mas alteraram a própria estrutura do poder mundial.”
— Eric Hobsbawm, em “A Era do Capital” (1975)
Da revolução industrial à revolução digital SÉC - XVII - XXI
O poder econômico da Revolução Industrial expandiu-se pela Europa após a queda de Napoleão. O progresso, impulsionado pelas ideias iluministas, deu origem a novas estruturas nas monarquias europeias.
No Novo Mundo, as antigas treze colônias britânicas conquistaram sua independência diante da pressão econômica de sua metrópole. Os Estados Unidos surgiram como a grande potência dos séculos XIX e XX, liderando a Segunda Revolução Industrial e consolidando uma nova forma de capitalismo financeiro.
A bolsa de valores e as grandes empresas passaram a influenciar governos e países. Mesmo com a corrida espacial e o avanço da ciência, um novo tipo de poder emergiu: o poder tecnológico. Dados, chips, computadores e smartphones — cada vez mais modernos — passaram a moldar comportamentos, derrubar governos e redefinir o destino de empresas e pessoas.
Vivemos hoje em um mundo em que o poder social é controlado por corporações tecnológicas, conectando indivíduos a uma realidade de ilusões e dependência digital.
Portanto, o poder sempre existiu ao longo da história — mudando de forma e de lugar. Seja político, econômico ou social, ele se encontra, cada vez mais, nas mãos da tecnologia e das grandes corporações.
Bibliografia Recomendada
ARENDT, Hannah. Sobre a Violência. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
HOBSBAWM, Eric. A Era do Capital (1848–1875). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
TOURAINE, Alain. Crítica da Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1994.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
